TARÔ -1ª PARTE

Sobre esse Oráculo tão difundido e apreciado, vamos dividir o nosso trabalho em duas partes a saber: sua história e aplicação e as Lâminas propriamente ditas, os Arcanos Maiores e Menores.

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TARÔ 

As cartas de TARÔ surgiram entre os séculos XV e XVI no norte da Itália, e este jogo que leva seu nome era jogado pelos nobres e senhores das casas mais tradicionais da Europa continental. Também conhecido como TAROT, TAROCCHI, TAROCK, e outros nomes semelhantes, é um conjunto de 78 cartas composto por 21 trunfos, um Curinga e quatro conjuntos de naipes com 14 cartas cada – 10 cartas numeradas e 4 figuras (1 a mais por naipe que o baralho lusófono).

As cartas de TARÔ são muito usadas na Europa em jogos de cartas, como o TAROCCHINI italiano e o TARÔ francês. Nos países lusófonos, onde esse jogo é desconhecido, as cartas do TARÔ são usadas basicamente para o aspecto divinatório, para o qual os Trunfos e o Curinga são conhecidos como Arcanos Maiores e as 56 cartas de naipe são os Arcanos Menores. Os significados divinatórios são derivados principalmente da CABALA – vertente mística do Judaísmo e da Alquimia Medieval.

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– ETIMOLOGIA:

A palavra TARÔ, tanto na língua portuguesa como em outras línguas não possui tradução específica, sua real etimologia não é conhecida. Pode vir da palavra árabe turuq, que significa “quatro caminhos”, ou talvez do árabe tarach, que significa “rejeito”. Segundo a etimologia francesa, tarot é um empréstimo do italiano tarocco, derivado de tara, “perda de valor que sofre uma mercadoria; dedução, ação de deduzir”.

O TARÔ tradicional possui 78 cartas; quando usado para fins divinatórios as cartas são denominadas de Arcanos, que significa “mistérios ou segredos a serem desvendados”, tendo sido incorporado seu uso pelos ocultistas do século XIX.

– HISTÓRIA:

Os jogos de carta entraram na Europa no final do século XIV, com os mamelucos da Pérsia, cujos jogos tinham naipes muito semelhantes aos naipes latinos e espanhóis: espadas, bastões, copas e ouros (moedas). Acredita-se que os primeiros baralhos foram criados entre 1410 e 1430, em Milão, Ferrara ou Bolonha, o norte da Itália, onde as cartas de trunfo foram adicionadas aos já existentes baralhos de naipe.

Esses novos baralhos foram denominados de carte de trionfi, cartas de triunfo, e as cartas adicionais, forma denominadas simplesmente de trionfi, termo que originou a palavra “trunfo” em português. As mais antigas cartas de TARÔ que temos notícia são de quinze baralhos que estão incompletos e foram pintados a mão em meados do século XV, para a família Visconti Sforza, governantes de Milão.

Não há notícia de documentos que evidenciem o uso divinatório do TARÔ antes do século XVIII, em que pese ser verdade que o uso de cartas semelhantes para tal finalidade, era vidente por volta de 1540.

Por muito tempo, as cartas de TARÔ permaneceram um privilégio das classes altas e embora alguns sermões do século XIV advertissem para o mal existente nas cartas, a maioria dos governos civis geralmente não condenava as cartas de TARÔ nos seus primórdios, e em algumas jurisdições elas eram isentas das leis que proibiam os jogos de cartas.

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– BARALHOS DE TARÔ:

Os primeiros baralhos conhecidos parecem ter trazido número padrão de 10 cartas de naipe numeradas, mas com apenas reis como figuras, e 16 trunfos. O padrão posterior (de 4 naipes com 14 mais 22 cartas) levou tempo para se estabelecer; baralhos trionfi com 70 cartas só começaram a ser documentados em 1457, e o formato final de 78 cartas não foram documentados com o poema dos tarocchi Boiardo e Sola Busca.

Os TARÔS  antigos eram pintados a mão, portanto estima-se que o número de baralhos produzidos era pequeno, e somente após a invenção da imprensa é que a produção em massa das cartas se tornou possível. Com essa produção massificante, desenvolveram-se muitas variedades regionais, com diferentes sistemas de naipes e diferentes ordens dos trunfos. As regras do jogo também variavam de região para região, no que diz respeito à ordem dos trunfos.

O principal produtor de baralhos de TARÔ era Milão, nos idos do século XVII, no final desse século a indústria de cartas milanesa sofreu um colapso e o TARÔ vindo do sul da França passou a dominar o mercado de cartas: o TARÔ DE MARSELHA.

Até 1470 os baralhos de TARÔ eram comuns, e o sistema de naipes era o espanhol. Foi então desenvolvido o sistema de francês, que são os símbolos usados nas cartas de baralho atuais. Somente por volta de 1750, na Alemanha, foram produzidos os primeiros TARÔS com naipes franceses, que substituíram praticamente em toda a Europa, os antigos baralhos, para fins de jogo.

Os novos TARÔS  caracterizam-se por uma maior liberdade na representação dos trunfos: as figuras tradicionais foram substituídas por ilustrações coloridas. Esse tipo de baralho é usado atualmente no jogo.

– TARÔS DO SÉCULO XX:

De acordo com Nei Naiff, os TARÔS contemporâneos editados no século XX, estão fora da classificação dos TARÔS históricos, e são divididos em:

1.- TARÔ moderno ou estilizado – foi lançado em 1910 pela Rider & Cia do Tarô, criado por Arthur Edward Waite e desenhado por Pamela Colman Smith. Foi o primeiro TARÔ com desenhos e traços livres e ricamente coloridos, dando aos Arcanos Menores ilustrações completas;

2.- TARÔ transcultural ou étnico – em meados de 1970 surgiram os TARÔS onde cada Arcano era substituído por outros personagens e outras ambientações, seguindo determinada mitologia. Mas apesar das inovações, o padrão do TARÔ clássico é claramente reconhecível

3.- TARÔ surrealista ou fantasia – neste tipo de baralho os Arcanos não possuem nada em comum com as cartas clássicas, os autores destes TARÔS usam sua livre expressão e criatividade para retratar um tema.

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Com essa digressão sobre o TARÔ, vamos encerrando esta primeira parte de hoje, porque falaremos depois sobre o jogo propriamente dito e as lâminas do baralho. Eu tive a oportunidade de estudar o TARÔ com uma Mestra Mineira que nos ministrou a utilização deste Oráculo Divinatório com uma propriedade ímpar. Se começa com o TARÔ DE MARSELHA, por ter as lâminas mais tradicionais e de mais fácil compreensão para o aluno. Com o passar do tempo, o iniciante deste estudo vai se afinizar com um tipo especial de BARALHO DE TARÔ, que mais lhe facilita a interpretação.

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