Hoje amigos da TRILOGIA INCA vamos falar sobre WICCA, que pode ser chamada de A RELIGIÃO DA DEUSA, pois tem sua origem na cultura dos povos do norte da Europa, de crença pagã em uma Deusa da Fertilidade. Por ser um assunto vasto vamos dividí-la em duas postagens.
WICCA – HISTÓRICO
A WICCA é uma religião que tem como marco fundador o ano de 1954, data da publicação do livro “A Bruxaria Hoje” de Gerald Gardner (1884-1964), que utilizou o termo WICCA para definir as seguidoras da bruxaria e descreveu em seu livro como ela estava sendo praticada.
Era crença nesta época que a antiga religião pagã européia foi conservada por seus membros que seriam as bruxas queimadas nos princípios da Idade Moderna. Garner alegou ter descoberto e ter sido iniciado em um COVEN (grupo) de bruxas de New Forest (Inglaterra), que seria um remanescente do paganismo antigo europeu. Por essa razão também se utiliza o termo bruxo, bruxa e bruxaria para designar a religião estudada e seus membros.
O caráter iniciático e restrito da WICCA limitou a proliferação de uma maior quantidade de membros, no Brasil ela chegou na década de 1990, período onde a auto-iniciação já era aceita pela comunidade. É uma religião moderna que busca manter similaridades com o paganismo antigo e a feitiçaria.
Sendo uma religião neopagã influenciada em crenças pré-cristãs e práticas da Europa ocidental, também afirma a existência do poder sobrenatural (como a magia) e os princípios físicos e espirituais masculinos e femininos que interagem com a natureza. Celebra também os ciclos da vida e os festivais sazonais, conhecidos como Sabbats, que ocorrem normalmente oito vezes por ano.
É muitas vezes referida como WITCHCRAFT (bruxaria), ou THE CRAFT por seus seguidores, que são conhecidos como WICCANOS ou BRUXOS. A partir dos anos 60 seu nome foi normalizado para WICCA.
A WICCA é uma religião baseada no politeísmo, mas de culto basicamente dualista, que crê tradicionalmente na Mãe Tríplice e no Deus Cornífero, ou podemos definí-la, também, como uma religião matriarcal de adoração à Deusa Mãe, e são muitas vezes vistas como faces de divindades politeístas em suas manifestações.
A WICCA envolve a prática ritual da magia, mas os WICCANOS embora muitas vezes confundidos como Satanistas,não crêem em Lúcifer ou em Satã.
Nos anos 30 apareceu a primeira evidência de uma prática pagã de religião de BRUXARIA, hoje reconhecida como WICCA, na Inglaterra. Mas em 1950 a BRUXARIA tornou-se mais conhecida com a revogação da Lei de Feitiçaria de 1735, e vários autores começaram a publicar suas versões, entre eles Gerald Garner.
Garner foi iniciado no New Forest Coven em 1939, antes de formar sua tradição, que após concretizada, foi chamada de Gardnerianismo, e foi auxiliada por sua Alta Sacerdotiza Doreen Valiente. A publicação de seus livros A Bruxaria de Hoje (1954) e O Sentido da Bruxaria (1959), tornaram sua tradição a dominante na Inglaterra e em outras regiões das Ilhas Britânicas.
Em 1964, com a morte de Garner, o Ofício continuou a crescer independentemente das críticas contrárias e o termo WICCA começou a ser adotado ao lado de BRUXARIA, e suas crenças e tradições exportadas para países como Austrália e Estados Unidos.
Na década de 1970 a literatura WICCA proliferou com vários livros ensinado a prática da BRUXARIA sem a necessidade da iniciação formal, como o Mastering Witchcraft (1970) de Paul Hudson, que era um tipo de manual de “faça você mesmo”, e influenciou novos BRUXOS, tornando-se muito lido e famoso. Outros livros na mesma esteira foram pulbicados nos anos 80 e 90, popularizando a ideia da auto-iniciação ao OFÍCIO.
No Brasil as pioneiras comunidades WICCANAS chegaram nos anos 90, em grande centros como São Paulo e Rio de Janeiro, fazendo conexão com associações europeias no intuito de regulamentar a religião WICCA no país. A partir de então ela tem crescido significativamente em capitais do Brasil, especialmente Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro. O primeiro livro traduzido do inglês para o português trazendo o termo WICCANIANO foi “Wica: A Feitiçaria Moderna”, de Gerina Dunwich.
WICCA – DEFINIÇÃO
Então podemos entender que a WICCA é uma religião natural baseada nas antigas práticas de religiões como os Celtas, mas em consonância com as forças da natureza, com o Cristianismo e outras modernas religiões Ocidentais. Contudo, mais que ver os WICCANS como membros de uma religião, é mais acertado vê-los partilhando uma base espiritual da natureza e dos fenômenos naturais, como as estações, solstícios e equinócios.
Os WICCANOS entendem e visualizam o Deus e a Deusa como polaridades complementares no universo, existindo um equilíbrio entre os dois, podendo até ser comparados com a concepção de YIN e YANG do Taoísmo. São interpretados como “encarnações de uma força de vida manifesta na natureza”. Ou ainda podem ser entendidos como seres verdadeiros que existem de forma independente.
Como simbolismo dessas duas divindades, a Deusa é visualizada como a Terra ou a Lua, que complementa o Deus, que é visto como o Sol.
O Deus é visto tradicionalmente como um Deus Cornífero, que é associado com a natureza selvagem, a sexualidade e o ciclo da vida. Ele possui vários nomes, de acordo com a tradição, como Cernuno, Pã, Atho e Karnaya, além de ser conhecido como Deus Sol.
A Deusa é geralmente retratada como uma Deusa Tríplice, composta de uma Deusa-Virgem, uma Deusa-Mãe e uma Deusa-Anciã, significando a virgindade, a fertilidade e a sabedoria. Ela pode também ser descrita como a Deusa Lua, recebendo o nome de Diana, algumas vezes.
Como existem várias correntes dentro da WICCA, vamos nos ater a que maior conotação e divulgação possui, que é a que acima descrevemos, com essa dualidade de Deuses: Deus Cornífero e a Deusa.
A WICCA é essencialmente uma religião imanente, envolvendo elementos do animismo,onde o Deus e Deusa seriam capazes de se manifestarem fisicamente na forma de uma pessoa, ao vivo, sobretudo nos corpos do Sacerdote e da Sacerdotisa, para verbalizarem uma mensagem espiritual direta aos integrantes do Ritual.
Bem amigos da TRILOGIA INCA, vamos ficando com esses conceitos e histórico da WICCA, para voltarmos com mais alguns detalhes na nossa próxima postagem, não sem antes transcrever a máxima dos WICCANS:
“FAZE O QUE TU QUERES DESDE QUE NÃO FAÇAS MAL A NINGUÉM!”