Amigos da TRILOGIA INCA vamos falar um pouco hoje de uma situação tão comum e presente entre os encarnados e os meios para libertá-los de presenças perturbadoras ou indesejáveis: a OBSESSÃO E DESOBSESSÃO.
DESOBSESSÃO
“Não há nenhuma palavra sacramental, nenhum sinal cabalístico, nenhum talismã que tenha uma ação qualquer sobre os Espíritos, porque estes são atraídos pelo pensamento e não pelas coisas materiais.” Allan kardec – Livro dos Espíritos.
Podemos definir a DESOBSESSÃO em sentido amplo como o processo de regeneração da Humanidade; é o ser humano desvinculando-se do passado e vencendo a si mesmo.
A DESOBSESSÃO em sentido restrito, é o tratamento das OBSESSÕES, orientado pela Doutrina Espírita.
Em qualquer sentido podemos entender que a DESOBSESSÃO representa o processo de libertação tanto para o OBSESSOR – algoz, como para o OBSEDIADO – vítima.
OBSESSÃO
Podemos também explicar a OBSESSÃO como uma ligação mental negativa entre dois seres. Pode ocorrer de desencarnado para encarnado; de encarnado para desencarnado; de encarnado para encarnado ou ainda, de desencarnado para desencarnado.
A OBSESSÃO nasce de uma ideia fixa que dois ou mais seres possam ter entre si e pode ser causada por algum hábito, vício ou desejo comum. Como exemplo podemos citar o caso de um alcoólatra que desencarna e não sabe que está morto, sente então a necessidade do efeito do álcool e aproxima-se de uma pessoa que tenha predisposição à bebida e a induz a beber, acarretando então vários problemas para a vida desse indivíduo.
Pode ocorrer entre familiares como o caso da mãe que desencarna trazendo excessiva preocupação com o filho deixado para trás. Então pode acarretar um processo de simbiose espiritual através dessa preocupação, sem ter a menor noção do que está fazendo e do mal que poderá causar ao filho.
Outro caso bem comum de OBSESSÃO é o caso de desafetos de vidas passadas que podem evoluir para este processo, através do sentimento de vingança, ódio, antipatia e rancor.
Convém que haja um alerta para algumas sensações que podem caracterizar a OBSESSÃO, como desânimo, depressão, pessimismo, irritação e atritos constantes com os parentes, amigos e companheiros de trabalho.
Mas é importantíssimo saber que é preciso distinguir os efeitos da OBSESSÃO daqueles outros causados pelas influências naturais e das alterações emocionais advindas do próprio psiquismo do indivíduo, pois existem pacientes que procuram o Centro Espírita portando desiquilíbrios psicológicos que, apesar de sempre se beneficiarem com os ensinamentos da Espiritualidade, também necessitam do apoio e tratamentos com os Terapeutas Clínicos.
É importante frisar que o entrevistador ou dirigente do Centro Espírita tem que ter a experiência e o conhecimento suficiente para distinguir a OBSESSÃO das outras Anomalias Psíquicas.
DESOBSESSÃO
A OBSESSÃO não deve ser abordada com misticismo, ela nada mais e do que uma doença Espiritual que precisa de ser tratada. O tratamento Espiritual não prescinde em circunstância alguma o tratamento dos médicos encarnados, que e casos de necessidades específicas, deve ser feito paralelamente. O tratamento de DESOBSESSÃO é dedicado tanto ao OBSESSOR como ao OBSEDIADO.
No trabalho de DESOBSESSÃO são observados alguns conceitos doutrinários conhecidos, e o processo de atendimento, de investigação e e tratamento das OBSESSÕES deve ser organizado de maneira prática e objetiva. Encontramos dentro de vários grupos, como o Grupo Espírita Bezerra de Menezes, a codificação de um estudo sobre o tema, mostrando as fases do tratamento das perturbações Espirituais.
O procedimento correto é levar o OBSESSOR para a sala de DESOBSESSÃO onde os Médiuns e Mentores Espirituais presentes irão orientá-lo sobre as leis que regem esse novo mundo que ele agora habita e sobre os caminhos que deve percorrer, porque muitas vezes ele nem sabe que desencarnou.
A participação do OBSEDIADO é imprescindível ao processo. É importantíssimo que ele vigie seus pensamentos, pois são eles que formam o elo entre os dois. O que às vezes começa com uma leve irritação, algo sem importância, acaba se transformando em algo incontrolável.
Caso o OBSEDIADO não consiga desviar os pensamentos, deve fazer uma prece espontânea vinda do coração, ou leituras edificantes, sobre temas Espíritas. Não é uma tarefa fácil, no começo, mas a persistência e a vigilância farão com que tudo se resolva e o indivíduo verificará como é simples modificar um processo, uma sintonia ruim, para melhorar sua vida.
Estes são alguns passos fundamentais para o tratamento da DESOBSESSÃO, mas é imperativo uma reformulação interior e uma mudança na forma pensamento. A modificação do indivíduo nas atitudes para com o próximo e para com o ele próprio, é fundamental ao processo.
Em muitos casos, ao final do tratamento, os OBSESSORES evoluem e em sinal de gratidão ao auxílio recebido em função da procura de ajuda especializada e segura por parte do OBSEDIADO, podem se tornar grandes amigos e protetores da pessoa a quem prejudicaram. è fundamental que o OBSESSOR não seja tratado como inimigo, mas si como um irmão que necessita de ajuda e compaixão.
MEDICINA E OBSESSÃO ESPIRITUAL
O Dr. Sérgio Felipe de Oliveira, médico que coordena a Cadeira de Medicina e Espiritualidade na USP, em palestra esclarece que desde 1998, a Organização Mundial de Saúde (OMS) incluiu o bem-estar como uma das definições de saúde, ao lado do aspecto físico, mental e social. Antes o bem estar Espiritual era desconsiderado, não havia espaço para analise do sofrimento da alma.
Diz o Dr. Sérgio Felipe de Oliveira analisando aspectos da glândula pineal, que há uma nova postura da medicina frente aos desafios da Espiritualidade. Ouvir vozes e ver Espíritos, não é motivo, segundo o Médico, para tomar remédio de faixa preta pelo resto da vida.
Desta forma,segundo o Dr. Sérgio Felipe de Oliveira, a OBSESSÃO ESPIRITUAL oficialmente passou a ser conhecida na Medicina como POSSESSÃO e ESTADO DE TRANSE, que é um item do CID – Código Internacional de Doenças, que permite o diagnóstico da interferência Espiritual OBSESSORA.
O CID 10, item F.44.3 – define ESTADO DE TRANSE e POSSESSÃO como a perda transitória da identidade com manutenção de consciência do meio-ambiente, fazendo distinção entre:
– os normais, ou seja, os que acontecem por INCORPORAÇÃO ou ATUAÇÃO DOS ESPÍRITOS, – dos que são patológicos, provocados por doença.
Os casos em que a pessoa entra em transe durante os cultos religiosos e Sessões Mediúnicas não são considerados doença. Neste aspecto, alucinação é um sintoma que pode surgir:
– tanto nos transtornos mentais psiquiátricos – nesse caso seria uma doença, um transtorno dissociativo psicótico, ou o que vulgarmente se chama “loucura”, – bem como na interferência de um ser desencarnado, a OBSESSÃO ESPIRITUAL.
Portanto, para concluir essa postagem, podemos finalizar dizendo que a OBSESSÃO ESPIRITUAL como uma ENFERMIDADE DA ALMA, merece ser estudada de forma séria e aprofundada, para que se possa dar melhor qualidade de vida para o enfermo.
Dando meu testemunho, como sempre, posso dizer que na minha caminhada participei de muitas Sessões Espíritas onde se praticava a DESOBSESSÃO, sempre sob a orientação de um Dirigente, que conduzia os trabalhos para doutrinar e explicar ao OBSESSOR sobre as suas condições de desencarnado, se fosse o caso, e com orações encaminhava o Espírito para que libertasse o OBSEDIADO, que presenciava a tudo em oração. Era sempre um lindo e gratificante trabalho de caridade para ambas as partes.