Boa tarde amigos da TRILOGIA INCA, hoje vamos conversar um pouco sobre alguns mitos que envolvem a viagem ao PERU, especificamente a CUSCO e MACHU PICCHU: o chamado SOROCHE ou MAL DE ALTITUDE.
SOROCHE
Pode ser definido como um mal-estar que pessoas que moram em localidades mais próximas ao nível do mar sentem em altitudes mais elevadas, pois quanto maior a altitude mais rarefeito fica o ar, causando um efeito desagradável.
O corpo na tentativa de se adaptar às novas condições climáticas, ao ar mais rarefeito, acelera a respiração, aumenta os batimentos cardíacos. As reações variam de pessoa a pessoa, mas os sintomas mais freqüentes são: dor de cabeça, náuseas, respiração mais ofegante e um pouco de tontura.
É importante salientar que nem todas as pessoas sentem esses sintomas obrigatoriamente, algumas apenas uma leve cefaleia, que passa sem a necessidade de tomar medicamentos.
Os sintomas de SOROCHE não são intensificados de acordo com a idade, há casos de pessoas idosas que nada sentem, enquanto que indivíduos mais jovens são acometidos deste tipo de mal-estar próprio das altitudes.
O aconselhamento dos Peruanos, quando o visitante desde do avião em CUSCO, cidade a 3.400 metros de atitude é fazer as coisas com muita calma, pois os efeitos são mais suaves.
O ideal é chegar ao hotel, tomar o chá de coca que sempre vai ser o drinque de boas vindas nesta cidade, desfazer as malas devagar, despacito, como os Peruanos dizem. Depois disso, um leve descanso para acostumar o corpo e, se houver disposição, dar uma volta na famosa Praça de Armas, que é o coração histórico de CUSCO.
Há também os famosos caramelos de coca, que são encontrados em todos os estabelecimentos comerciais da cidade, pois são balas de coca com mel que ajudam na oxigenação do sangue.
Em todos os locais é possível acessar a máscaras de oxigênio que são utilizadas nos casos mais agudos do MAL DE ALTITUDE.
É raro o indivíduo experimentar o SOROCHE abaixo dos 2.400 metros, e as elevações que podem causar problemas se dividem em três categorias:
1). moderadas – entre 2.400 e 3.600 metros;
2). Altas – entre 3.600 e 5.400 metros;
3). Extremas – acima dos 5.400 metros.
O MAL DE ALTITUDE é resultado direto da pressão atmosférica reduzida que se verifica nessas elevações. Apesar da porcentagem de oxigênio permanecer praticamente constante a 21%, a quantidade real de oxigênio inalado, diminui com o declínio da pressão atmosférica. O que quer dizer que pressões menores deixam o ar menos denso, e o corpo obtém menos moléculas de oxigênio a cada inspiração.
O cérebro é a primeira parte do corpo a reclamar da redução do oxigênio no ar, pois utiliza 20% de todo o oxigênio consumido. Para compensar a redução do oxigênio, os vasos sanguíneos que irrigam o cérebro se dilatam para permitir a passagem de mais sangue e, por via de consequência, mais oxigênio, para a cabeça. Nessa situação, o cérebro superlotado de sangue começa a inchar, resultando no primeiro e mais comum dos sintomas do SOROCHE; a dor de cabeça!
Para prevenir esses sintomas o visitante deve evitar subidas abruptas, quando estiver acima dos 3.000 metros de altitude. Deve preferir alimentos ricos em carboidratos e com pouca gordura, mantendo-se muito hidratado.
O tratamento do MAL DE ALTITUDE é simples, como repouso e evitar esforços físicos desnecessários até aclimatar-se com a altitude. Caso o indivíduo tenha muita dor de cabeça pode ser administrado um analgésicos como a Cibalena A, que correspondem às pílulas Sorojchi Pills, encontradas nas farmácias ou drogarias do PERU.
Como já foi explicado, tomar o chá de coca ou mascar a folha de coca é um aliado ao combate do SOROCHE, usado pelos povos Andinos, que reduz os seus efeitos. A folha de coca é quase sagrada para os povos do altiplano.
Há especulações a respeito dos efeitos do chá e das folhas de coca: se podem causar alucinações, se entorpecem ou se têm o efeito da droga. Nada disso acontece, pois há uma grande distância entre a coca e a cocaína. O chazinho de coca é inocente e milagroso!
A altitude não deve preocupar os passageiros da TRILOGIA INCA, e muito menos impedir que descubram esse roteiro tão cheio de maravilhosas surpresas, mas os cuidados devem e podem ser tomados, para que não haja nenhum contratempo que possa estragar algo que foi tão planejado!
Como de costume eu também posso dar meu testemunho sobre essa preocupação tão normal aos que se destinam a CUSCO e MACHU PICCHU: os prováveis sintomas do SOROCHE. Eu não tive nada com que me preocupar, pois segui a risca as orientações do nosso Guia, que alertou sobre tudo o que acima falamos, e ainda aconselhou a não comer nada pesado, como carne vermelha que dificulta a digestão, na primeira noite em CUSCO! Depois disso e sempre, muito chá de coca! VAMOS?