OFERENDAS -SEGUNDA PARTE – PACHAMAMA

Hoje vamos terminar a publicação sobre as OFERENDAS, e falaremos sobre a PACHAMAMA, a Mãe Terra, que é traduzida pelos agradecimentos que os Andinos fazem no seu dia, que é festejado em 1º de Agosto.

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OFERENDAS À PACHAMAMA

Para os Andinos PACHAMAMA é a Mãe Terra, é a geradora de abundância e de tudo que existe na terra, é a vida, as estações, a fecundidade, o ciclo da vida, da morte e do renascimento.

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A palavra “PACHA” originalmente significa universo, mundo, lugar, tempo. A palavra “MAMA” significa mãe, sendo comemorada a festa da PACHAMAMA no dia primeiro de Agosto, ocasião em que os Andinos, de todos os locais que um dia formaram o Império Inca, fazem suas oferendas de agradecimento. Dão de comer à terra, com o agradecimento no coração, por tudo o que receberam dela e por tudo que tiveram oportunidade de doar.

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Conta a lenda que PACHAMAMA aparece aos homens como uma velha e pequena mulher e que os estrangeiros que a vêem, jamais deixarão de retornar aos Andes.

Fazer um PAGO é um ato de conexão, de amor, de doação e de recebimento, mas também é fácil verificar que se trata de uma arte, uma mandala de cura. Cada objeto, semente, raiz, bebida, de um PAGO, carregada com a energia vital de que oferece, com a intenção e o coração, transforma-se na conexão vital do humano com o divino, e sua capacidade de transitar nos três mundos com sintonia e equilíbrio.

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Existem muitas formas de PAGOS, nos Andes é os interessados podem  adquirir todos os componentes nos encantadores mercados ao ar livre, e as pessoas também podem contar com a agradável e constante simpatia de um povo que vive nas alturas, literalmente com os pés na terra e a cabeça no céu.

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Por exemplo, toda a OFERENDA À PACHAMAMA deve ter entre seus itens as três folhas verdes de coca, formando os K’intus que são vários conjuntos de 3 folhas, em múltiplos de 3. Podem ser formados vários conjuntos de acordo com a criatividade e a energia pessoal, para adornar o PAGO. Os adornos e componentes deve ser dispostos de forma circular, como um lindo trabalho de arte.

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Para finalizar essa postagem vamos entender a grande mensagem desse maravilhoso povo Inca, que  deixaram três basilares ensinamentos em seu legado à humanidade, que agora traduziremos de sua língua mãe, o quéchua:

– Munay – amor;                                                                                                                                                                         Llankay – trabalho;                                                                                                                                                                  – Yachay – sabedoria.

Na sua doçura e sabedoria, na sua grandeza e espiritualidade, esse povo das alturas, das montanhas azuladas dos Andes,  ensinaram aos homens buscar a compreensão na linguagem dos rios, na perenidade das montanhas, na altivez das árvores, na beleza dos animais, para que pudessem ver com os olhos da alma e se comprometesse apenas com o essencial.

Posso dar meu testemunho a vocês amigos da TRILOGIA INCA, que só quem esteve no meio dessa beleza, na imensidão daquelas montanhas, na magia do Vale Sagrado e na magnitude de Machu Pìcchu pode entender as mensagens deixadas por essa cultura Andina. Caminhando em Cusco, na Praça de Armas, convivendo com os peruanos, podemos agradecer esse contato com a magia e a humanidade, com a natureza e com as energias de que dela emanam e,  sentir o privilégio de estar vivo!

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TRILOGIA ANDINA – ESPIRITUALIDADE ALÉM DO VISÍVEL

Boa noite amigos da TRILOGIA INCA, estive ausente buscando finalizar nossa grande aventura Andina, mas volto hoje com um tema apaixonante, que originou todo este meu trabalho:

TRILOGIA ANDINA – UMA ESPIRITUALIDADE ALÉM DO VISÍVEL

O mundo da Espiritualidade Andina é rico e cheio de mistérios, não sendo alcançado pelos olhos na maioria das vezes, como diria Marilene de Melo Pitta, Facilitadora do trabalho Curador Xamânico e Roda de Cura.

O mundo da Espiritualidade Andina está na dimensão de um contato direto com a energia do coração da Pachamama. Há que se andar pelas estradas rodeadas de árvore milenares, de pedras que testemunharam o esplendor do Império INKA, de fontes e nascentes magníficas onde possivelmente os nativos das montanhas de MACHU PICCHU se banharam, no lendário Peru.

Este instante é mágico! Necessita-se parar, meditar e referenciar para se alcançar o nível dos ensinamentos que vêm do céu azul andino. O turista despreocupado que busca somente desviar da pedras para alcançar o melhor ângulo da fotografia sempre magnífica, perde o encantamento e a energia que se desprende facilmente dos sítios místicos e sobe espiralando para o céu, entre as nuvens que passeiam lentamente sobre as montanhas…

Nesse momento pode-se ver um campesino caminhando devagar, porque sabe que aquelas pedras contam uma história milenar escondida nas dobras do tempo…

Para que você não se torne um viajante distraído, nesse mundo mágico, deixando de absorver a cosmovisão andina, vamos explicar como se pode penetrar nesse universo atemporal  e se confrontar com os 3 mundos energéticos:

MUNDO DAS SOMBRAS – UM PORTAL GUARDADO PELA SERPENTE 

É um espaço energético úmido com inúmeras armadilhas emocionais e energéticas. Ali residem todas as emoções não qualificadas como o medo, a insegurança, o orgulho, a inveja dentre tantas outras.

Entrar em contato com o Mundo da Serpente é confrontar-se com o oculto, com aquilo que jogamos debaixo do tapete e escondemos de nós mesmos. é a armadilha do Ego Infantil, que não deseja crescer e transformar-se num ser humano equilibrado, mais centrado, mais feliz e inteiro na sua própria existência de ser aquilo que é: fundamentado e espelhado na Divina Essência.

Pode-se ainda acrescentar que a Serpente é a rainha das regiões inferiores, onde se encontram os mortos.

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MUNDO DA REALIDADE – UM PORTAL GUARDADO PELO PUMA

Grande caçador das montanhas, olhar atento,faro felino, estratégia de combate eficaz na busca da presa certa. É como na vida! Necessitamos lutar o bom combate, obter a vitória saboreando a conquista com prazer e silêncio.

Mundo do Puma é o mundo das lutas, onde um guerreiro iluminado sabe onde buscar o alimento e o esconderijo. Assim também o ser humano deve saber das nutrições internas, do sentido de suas buscas, do que o faz sonhar e realizar. O Puma é a realização, o Poder do agir, o Poder do foco.Sempre recuar ao farejar o perigo ou a presença do inimigo, afastar-se para evitar o confronto, por não valer a pena determinadas lutas. o Bom Combate, sim, sempre vale a pena lutar!

Pode-se ainda acrescentar que o Puma é o senhor da terra em vivem os homens.

PUMA

MUNDO ESPIRITUAL – UM PORTAL GUARDADO PELO CONDOR

O grande soberano e senhor das alturas. Entrar o espaço cósmico do Condor é ter uma relação energética com os Apus (seres das montanhas), que abrem as conexões com o mundo invisível.

Assim, quando se contempla o voo do Condor deve-se fazer uma leve reverência com a cabeça, sinal sutil só percebido e sentido quanto todos os outros olhares estiverem na mesma ciranda encantada.

Condor é a amplidão espiritual, a vastidão universal. Entrar em contato com o energético do Condor é abrir-se para os ensinamentos que brotam da Sabedoria Ancestral!

Pode-se acrescentar que o Condor domina os céus que é a região dos Deuses.

CONDOR

Toda vez que a TRILOGIA ANDINA abrir-se para qualquer ser humano, deveria ser feita uma oferenda para a Pachamama. Dizer do fundo do seu coração da sua alegria em servir e viver na luz, sempre amparado por seu manto ornamentado com a Natureza viva de cores, cristais, plantas, animais, águas nascentes, oceanos, montanhas, pedras, sons, silêncios, devoção e tudo o que possa fazer do viver uma oração!

Posso dizer, por vivência pessoal, que esse mistério não se ensina com lápis e papel: é fruto da Tradição oral, da Presença, da Força, do Exemplo vivo e, mais do que tudo, da Devoção!!!

Outro símbolo sagrado é a Cruz Andina, inspirada no Cruzeiro do sul, possuindo 3 degraus de cada lado que representam cada um destes Animais ou Reinos.

CRUZ ANDINA

Estar naquelas montanhas, respirar aquele ar rarefeito que entontece inebriando, comungar na essência das tradições indeléveis, atravessar a Porta do Sol, foi a sensação mais completa de integração e desdobramento que eu já vivenciei!

SER INKA É POSSUIR ESSA TATUAGEM NA ALMA E NO CORAÇÃO: UM TOTEM!

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